A variedade na utilização dos drones tem chamado atenção também do setor agropecuário. As aeronaves remotamente controladas já são usadas no monitoramento de plantações e no margeamento.
Mas esses equipamentos poderão ganhar novos usos, como explicou o coordenador administrativo do Instituto CNA, Carlos Frederico, durante o programa Direto ao Ponto deste domingo, 24.
“Começa com um monitoramento da lavoura, margeamento feito sistematicamente para identificar como está o crescimento das plantas, se tem alguma incidência de pragas, que às vezes visualmente, nas grandes lavouras, é um pouco mais complexo de você identificar.
E agora estão chegando os drones de pulverização que permitem fazer uma aplicação localizada, ou seja, bem mais detalhada. Os próximos modelos que devem chegar ao mercado são de aplicação de sementes. Vai permitir processos de reflorestamento, que são muito morosos e poderão ser feitos de forma muito mais célere”.
Carlos também pontua algumas vantagens que essas aeronaves podem trazer para os produtores: maior eficiência na aplicação de fertilizantes e defensivos; economia de tempo; menor risco à saúde, por ser uma pulverização a distância; e precisão espacial e nas coletas de dados.
Em setembro, o Ministério da Agricultura (Mapa) publicou uma portaria que traz diretrizes para a utilização desses equipamentos. As regras valem para drones destinados a aplicação de defensivos agrícolas, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
O coordenador do Instituto CNA ressalta a importância do regramento. “É importante esse tipo de regulamentação para trazer tranquilidade e ordem para o setor. Evitar aplicações desnecessárias, evitar aplicações indevidas. É muito importante para a gente ter esse tipo de regulamentação no setor, pois é uma tecnologia que traz economia, uma série de benefícios para o setor e que a gente quer que ela não seja mal vista”, completou.
Oportunidades com uso de drones Além das vantagens, os drones também podem gerar novas oportunidades, como explica Carlos. “Acho que vai surgir um novo setor de serviços para isso.
Por exemplo, em vez do produtor rural adquirir um drone de R$ 50 mil, R$ 60 mil ou R$ 100 mil, ele pode contratar uma empresa que vai lá e faz o serviço”. Na visão dele, essas aeronaves serão utilizadas em alguns setores com áreas menores ou que tenham dificuldade para a entrada de maquinário.
Segundo o coordenador do Instituto CNA, os setores de hortaliças, frutas, café e culturas que tenham a pulverização manual poderão se beneficiar de drones aplicadores de defensivos.
Matéria: Canal Rural